quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Capítulo 18 - Fucking Business (+18)

 "Sem beijo na boca. Isso não poderia existir entre eles"


Katherine mal aguentava se equilibrar nos saltos. Kevin estava trazendo Jess nos braços. Lukaz e Lindsay vinham de mãos dadas. Max e Anne mais riam do que andavam. Victorie ainda conversava com Anthony. Cassie vinha no meio de Peter e Michael com Mikka. Dean estava um pouco afastado, apenas "cuidando" daquele povo doido. Já na porta de entrada da Casa Pentágono, os veteranos iam passando pela porta, com exceção de Jess, que estava sendo carregada por Kevin. Os novatos já estavam indo pra Casa Beta.
- Vai ficar ai no escuro? - Katherine falou com Dean.
- Não, estava cuidado do pessoal - já estava mais próximo da garota.
- Eu sempre quis saber como ficou a Beta depois da reforma. - ela sorriu.
- Vamos lá ver então, eu te levo. - ele estendeu a mão.
- Um momento - Katherine sentou-se na pequena escada e tirou as sandálias - Bem melhor - sorriu, deixou-as  no pé da escada e deu a mão para Dean.
Passaram pelo jardim principal, aquele que dava vida a Fordengaren, entraram no saguão e continuaram até os dormitórios que ficavam no fim do corredor, após subir duas escadas e virar à esquerda.
- É, ficou bom! - Katherine comentou.
- Aconchegante - Dean completou.
- Então... - Katherine sorriu - Acho que vou voltar, estou cansada - bocejou.
- Você que sabe - Dean abriu a porta do quarto cuja placa no superior mostrava "Dean Morgan / Jones Von Acker" e encostou-se na parede.
 - É, vou ir - ela acenou dando as costas para ele.
- Como assim, sem beijo no rosto de boa noite? - Dean a puxou pela cintura quando ela lhe deu as costas.
Katherine estremeceu. - Estou fedendo - fez cara feia.
- Não importa - Dean sorriu.
Ela segurou os rosto dele e deu-lhe um beijo estralado na bochecha - Boa noite, Morgan! - soltou-o e sorriu, logo voltando todo o trajeto.
- Boa noite, Gottwald - ele esperou ela sumir da vista dele para adentrar seu quarto.

Abriu a porta do quarto que agora somente constava "Katherine Gottwald" na placa, deixando as sandálias no chão e deitou-se na cama olhando para o teto. Estava cansada, pensando no que Peter havia descoberto e iria mostrar para ela mais tarde, quando de repente ouviu três batidas na porta. Ela esperava que fosse Dean.
- Já é tarde! - abriu a porta e passou a mão nos cabelos.
- Não é tarde para entrar no meu quarto - Matthew Richmond adentrou.
- O que você está fazendo aqui? -  ela colocou as mãos na cintura.
- Kath, eu voltei,  ok? - ele se jogou na cama.
- Você pensou na merda que você tá fazendo? - parecia que queria expulsá-lo dali.
- Sim, pensei - ele se levantou.
- Preciso chamar alguém! - Katherine foi na direção da porta e abaixou o trinco.
- Não, você não precisa chamar ninguém. Eu estou aqui. Você precisa de mim.Voce só precisa chamar por mim. Só por mim. -  ele sussurrou no ouvido dela, fazendo-a soltar o trinco e rodar a chave para trancar  a porta.
- Não, não preciso de você -  ela hesitou.
- Sim, você precisa - ele apertou seu corpo contra o dela, levando-a lentamente até a parede.
Ele a beijou e ela correspondeu. Desceu as mãos até as coxas dela, subindo por dentro da saia, arrancando alguns gemidos. Ela o fez parar, olhou-o e levou as mãos até a a camisa xadrez azul clara - que ela adorava -  e desabotoou lentamente. Ele apertou a cintura dela, subindo as mãos por dentro da blusa, tirando-a.  Logo em seguida a beijava no queixo, descendo pelo pescoço até chegar nos seios, o que fez Katherine pressiona-lo contra  a parede de frente para ela, tirar-lhe delicadamente o cinto e abaixar calmamente o zíper da calça jeans. Ouvia-se apenas a respiração ofegante, o palpitar do coração. Ele puxou-a pela cintura, passando as pernas envolta da cintura dele e levou-a até a escrivaninha. Voltou a subir as mãos pelas coxas dela e dessa vez trouxe a calcinha em suas mãos. Desceu sua calça juntamente com a cueca boxer preta e penetrou lentamente, deliciando-se com aquilo que perdeu muito tempo sem fazer. Ela gemeu novamente e deu-lhe uma chupada no pescoço. Ele devolveu com uma mordida no lábio inferior e passou a penetrar com força e vigor. Ela gemia cada vez mais alto, delirando, puxou-lhe os cabelos e com a outra mão arranhava-lhe as costas. Ele soltou um gemido e ela apertava as pernas pela cintura dele. Colocou dois dedos na boca dela, para que ela chupasse, e assim o fez. O suor escorria pela testa de Matt, o suor com o cheiro do perfume dele, o cheiro que Katherine jamais esquecera. O mesmo cheiro que a hipnotizava. Ele deu uma breve pausa, tirou-a de cima da escrivaninha e segurou-a, levando-a até o sofá onde ela achou um jeito jogar o rapaz para o chão. Era a vez dela. Subiu em cima dele e passou a língua por todo seu peito, dando uma mordida. Ele pegou-a pela cintura e mais uma vez a penetrou. Ela rebolava e cavalgava, como se fosse um esporte e gostava muito de fazê-lo. Arranhou-o do pescoço ao peito. Ele gemeu e arrepiou-se. Continuaram ali, naquele vai e vem, alternando. Do chão pro sofá e novamente para o chão, depois para a parede e enfim na cama. Ficaram por lá deitados, enroscados, esquecidos do tempo, satisfeitos, nus enrolados nos lençois. Sem beijo na boca. Isso não poderia existir entre eles.

Capítulo 17 - Absolut Jack Jose Kirschwasser.

 "Estavam no Swing by Swing, um bar/lanchonete/sushi bar/casa de jogos/puteiro ou o que você quiser"


- Eu não acredito que você está jogando dardos - Lindsay chegou de braços dados com Lukaz. 
- Eu amo dardos. Olhe! - Katherine lançou um e acertou-o no meio.
- Uau! - Lukaz ficou boquiaberto. 
- Eu te disse que ela era mesmo a melhor - Lindsay disse ao namorado.
- Noite da cachaça? - Max chegou com uma garrafa de tequila e outra de Vodka.
- Assim você me quebra! - Katherine sentou-se
- Espera! - Jess chegou com uma garrafa de Jack Daniels e outra de Conhaque - Ainda não acabou!
- Percebi - Lukaz, Lindsay e Katherine disseram juntos.
- Cheguei gente linda, marota e sensual! - Anne tirava seu casaco.
Estavam no Swing by Swing, um bar/lanchonete/sushi bar/casa de jogos/puteiro ou o que você quiser. Todos do Fordengaren viviam por lá nas sextas e sábados, sempre depois das missões, ou antes para dar uma espairescida.
- Falta mais alguém? - Katherine olhou para todos
- Falta o M... - Anne quase disse, mas fora interrompida pela mão de Max que estava totalmente dentro de sua boca.
- Não falta ninguém! - Jess já estava servindo o Whiskey, enquanto todos se sentavam.
- Os novatos vem aqui também? Achei que não pudessem - apontou para a mesa onde estavam Kevin, Dean, Michael, Brian, Peter, Anthony, Mikka, Cassie, Annie e Victorie. 
- Eles estão na maioria - Lukaz contou as pessoas
- Só por dois - Lindsay concluiu.
- Vamos chamá-los aqui - Katherine propos.
- Sem jeito! - todos os outros disseram juntos.
- Qual é gente! Vamos agitar isso aqui - Katherine sorriu, pegou seu copo e se levantou. - Aposto que o Kevin morde, Anne - ela sorriu maliciosa para a mesma.
- Adoro! - os olhos dela pareciam brilhar.
Katherine praticamente teve que passar dentro dos motoqueiros, porque o bar estava muito cheio naquela noite, quase sem espaço para sobrevivência.
- Hey galera. Vamos juntar as mesas lá conosco - ela foi gentil, sorridente e comível.
Kevin, Dean e Michael se olharam. Peter já estava na outra mesa. Mikka, Cassie e Victorie estavam nervosas demais e não queriam demonstrar a hesitação por estarem sendo convidadas por Katherine Gottwald para se juntar a mesa dos veteranos.
- Não acredito que é a segunda vez que direi isso, mas Qual é gente! - torceu o lábio e quase quebrou o copo na cabeça de Kevin.
- Beleza, vamos lá garotas! - Dean puxou-as.
Bebedeiras, danças, batatas-fritas. Lukaz puxando Lindsay para o banheiro. Peter levando um tapa de Cassie. Dean fitando Katherine. Max completamente dentro da boca de Anne e ela nem ligando. Jess acabando com Kevin na sinuca. Victorie falando sobre Supernatural com Anthony. Mikka e Michael cantando Backstreet Boys, quase apanhando dos motoqueiros que mais tarde entraram na "dança". E Brian havia sumido. 
- Você vai ficar a noite toda olhando pra minha cara? - Katherine puxou uma cadeira e sentou-se ao lado de Dean.
- Está mais interessante - tomou um gole de whiskey.
Katherine ficou sem graça. ESPERA! PARA! KATHERINE SEM GRAÇA? Ela não ficava sem graça desde que, er, nasceu.
- Não faz o Dean Winchester, Dean Morgan. - Katherine riu.
- Vou jogar truco então! - Dean ia se levantando e Katherine o puxou pelo braço.
- Era piada! Não se vá, não quero ficar conversando com as moscas aqui - ela fez um bico que fez Dean esquecer de tudo.
- Ok - ele se sentou - Quer falar sobre o que? - ele perguntou.
- Sabe, eu queria ser cantora - Katherine desabafou.
- Eu queria dominar água - disse Dean.
- O que? - Katherine arqueou a sobrancelha.
- Dominar água, sempre quis. Desde pequeno. eusoudaágua - Dean sorriu.
- Ótimo, nossa, encantador. - Katherine riu. Eles riram juntos.
- Posso fazer uma pergunta? - ele deixou o copo de lado e olhou-a nos olhos.
- Diga - devolveu o olhar.
- O que aconteceu com Matthew Richmond?
Katherine hesitou, ficou tonta, respirou e por fim disse: Não sei.

Capítulo 16 - How Come?

 "A melhor atiradora do país, quem sabe até do mundo"

Katherine ainda estava na sala de estar quando Anthony apareceu. - Eu vou fazer algumas análises, retirei um pedaço da área atingida - ela parecia não ouvir. - Ok então! - Anthony disse pra ele mesmo e deu meia volta. Katherine levantou, deixou tudo como estava e foi para a sala de esgrima.
- Anne Smith! - era a senhora West gritando do outro lado da sala de karatê.
- O que foi, coisa linda? - Anne apareceu com shorts, sandálias e aquelas blusinhas que sua irmã mais velha usa pra limpar a casa.
- Você quer ser morta? Não vou falar de novo para vir trajada adequadamente - ela era brava, mas era a pessoa mais tranquila do mundo, não sei como.
- Desculpa treinadora, estou tão cansada hoje. - ela fez cara de cachorrinho sem dono
- Ok Anne, pode ir - a treinadora disse tranquilamente e sorrindo
- Obrigada Jamie West, a senhora é a melhor - Anne já ia saindo do local com impolgação quando...
- Pode ir já se trocando para treinar com o Fuller - ela apontou para um rapaz alto, cabelos pretos e forte, muito forte.
- Filha da p... -  Anne disse baixo. - Obrigada mesmo Jamie, valeu - saiu bravejando para o vestiário.
Anne era uma pessoa boa, mas era um pouco preguiçosa. Sim, era uma boa agente, não tanto quanto Katherine e seus dramas, mas era boa.
O barulho dos tiros incomodava qualquer um que passasse perto daquela porta preta escrita "Treino". Só haviam homens no treino, por incrível que pareça a instrutora era mulher. A melhor atiradora do país, quem sabe até do mundo. Se ela é tão boa assim, o que estaria fazendo numa agencia filtrada do governo? Simples, dinheiro. Dinheiro é tudo. O que importa em servir o país se você pode servir uma merda e ganhar pelo menos quase mil dólares por aula? Escolha dificil, realmente. 
- Quero um tiro certeiro no baço! - senhora Monroe mandou e todos os "recrutas" obedeceram. Todos acertaram, para a sorte deles. 
- Ótimo, bons tiros, mas eles podem ser melhores. - ela não sorriu, dificilmente sorria - Continuem treinando -  e assim saiu da sala.
O barulho do salto ecoava pelos corredores. Realmente estava parecendo um colégio. Mas gente, na verdade o que era aquilo? Ninguém nunca teve uma explicação do que é esse Instituto ou sei lá o que que os agentes praticamente comem e dormem. Quem melhor do que Nina Strauss e Brian Strauss para te explicar?
Ninguém! Na verdade, Nina e Brian são os braços, olhos, ouvidos, bocas, pernas e cabeça daquele lugar. Não eram os melhores agentes, Katherine e Matt, no caso. Mas eram os netos do Senhor Strauss, nada mais, nada menos que o chefe do Instituto. Nada de julgar, Brian era o melhor atirador, o melhor analista de sangue, melhor mecânico, e nas horas vagas, o melhor jogador de basquete. Nina era a melhor psicóloga, a melhor analista de cenas de crime, melhor esgrimista, melhor patologista, melhor cozinheira, melhor decoradora e melhor "falsa", digamos assim. Ok, sobre o instito, o Instituto Fordengaren, criado para aperfeiçoar os dons das pessoas. Os melhores treinadores, os melhores equipamentos, as melhores instalações, as melhores recomendações, as piores tentativas para vagas. Não entra qualquer um, você é escolhido a dedo. Já chega disso. Certo, o barulho do salto ecoava pelos corredores. - Nina Strauss, você é incrível - Michael Fleming deixou escapar.
- Obrigada pelo elogio! - ela sorriu doce para ele, que logo se derreteu.
- Mas não estou te dando mole - ela piscou para Kevin McLaren que logo soltou um - Woow! Essa doeu Fleming.
- Hey, Strauss - Dean Morgan a chamou, mas ela não lhe deu atenção. Pequena nota: Dean não aceita que ninguém o ignore. Ou seja...
- Vai fazer a egipcia Nina Strauss? - ele sorriu malicioso - Ah, sabe o que eu fiquei sabendo? - ele sorriu para todos no corredor, que pareciam leões famintos - Que você estragou uma missão da Gottwald e do Richmond. - Nina virou-se para Dean rapidamente, perplexa - Resumindo... toda essa palhaça está acontecendo por sua culpa. - ele sorriu para ela, como se ninguém existisse.
- Morgan, já disse pra você parar de bancar o analista. Você não passa de um novato, er... como eu diria? Digamos que se você estudasse na Universidade de Chicago, você seria um calouro que jogaria futebol por causa da bolsa. - ela não sorriu, não olhou para ninguém, não desviou o olhar, olhou fixamente para ele e disse - Sei coisas sobre você. Aquelas coisas que você não quer que ninguém saiba. Não tente cruzar meu caminho, na fila do inferno tem vários querendo entrar na minha frente. - ela puxou o garoto e deu-lhe um beijo nos lábios, deixando a marca do batom vermelho. Ele não fez nada, ficou inerte. - Cai fora! - ela disse dando um empurro de leve nos ombros de Dean e retomou seu caminho de onde havia parado.
- Hey Strauss. - Nina revirou os olhos e o ignorou novamente, sem se importar, seguiu seu caminho.
- Eu estou na sua frente na fila do inferno - ele não se importou se ela havia ouvido ou não, limpou o batom vermelho de seus lábios enquanto via a multidão se dissolver pelas portas e corredores.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Capítulo 15 - Obsession

 "Katherine estava sentada na poltrona na sala de estar da casa."


Anthony observou Katherine retornar enquanto retirava uma amostra da pele contaminada com o bisturi e a colocava no saco de evidências. A agência já estava por ali, bastou só um toque para eles chegarem imediatamente. Ele ia saindo quando encontrou Peter "rodando". - O que houve? - perguntou Anthony, imaginando a resposta. - Encontrei uma passagem secreta - Peter sorriu e ficou de cócoras, passou a mão na grama e puxou-a. A grama se transformou em um puxador, dando espaço a uma espécie de sala. - Aí. - ele sorriu com excitação. - Isso é a casa das máquinas - Anthony disse sem emoção. - Claro que não. Deve ser um daqueles laboratórios do criador do Frankenstein. - Peter se sentia um super herói. - Tá mais pra esgoto do que laboratório. Pare de sonhar, temos trabalho. - mostrou o saco de evidências. - Você é mesmo repugnante! - Peter saiu do parque sem esperar por Anthony que só riu.
Katherine estava sentada na poltrona na sala de estar da casa. Ela não piscada, provavelmente não respirava, parecia estar em transe. Quem a olhava se assustava. O problema é que pela sua cabeça os flashbacks lhe consumiam, pedaço por pedaço de seu corpo. Ela se lembrou de Matt fazendo anéis de amizade com o pecíolo* da folha de alecrim-de-campinas. Quando ele quebrou a clavícula e ela - mesmo menor - era a única que podia ficar no quarto do hospital com ele. Katherine sempre quis ser bailarina, conseguiu dançar por dois anos, mas não era suficiente. Matt lhe deu seu primeiro par de sapatilhas. Seus pais nunca foram presentes, sempre ocupados com o trabalho, com os outros filhos, seus irmãos que ela nem sabia do paradeiro (poderia ter assassinado um deles em alguma missão, mas isso não importa). Matt era sua família, antes. Nesses anos a única família que ela tinha era ela mesma. O café na xícara estava encoberto de fumaça de tão quente. O cigarro ainda aceso no cinzeiro. No Ipod tocava R.E.M.
Geralmente para entrar na "agência" você passa por uma quase Lavagem Cerebral, mas Katherine se lembrava de tudo. Outros flashbacks, agora ela via a feição de desespero de uma garota, um garoto morto, ela viu quatro vezes Anthony e apenas uma vez um zumbi. E aquilo se repetia, várias e várias vezes.



*Após tirar todas as pequenas folhinhas de uma folha, fica aquele cabinho. Ele mesmo.
Imagem: http://bit.ly/habR3H

(Sugestão de música para leitura: One Republic - Apologize)