domingo, 23 de janeiro de 2011

Capítulo 14 - Let's go to the park

 "Ei gente, essa história de zumbi só existe nos gibis de Walking Dead, tá? Se concentrem no trabalho - parecia estar de saco cheio"



Katherine perdeu totalmente a noção do tempo enquanto estava na praia. O que a despertou foi o brilho do sol, que ficava mais intenso. - OMG, já é meio-dia? - hesitou e lembrou que tinha dois novatos em trabalho de campo para "pegar" Matt. Ela se levantou correndo e foi para um restaurante que provavelmente Anthony e Peter estariam lá. Talvez desfarçados de turistas, ou quem sabe de empresários. - Desculpe a demora - ela se juntou a eles. -  Não tolero atrasos! - brincou Anthony. - Preciso te lembrar que sou a chefe? - ela sorriu - Não! Me desculpe! - Anthony hesitou. - Bom então! Descobriram algo? - Até agora nenhuma atividade estranha. O necrotério está fechado em observação e os corpos estão sendo examinados nos hospitais mesmo. - Peter contou. - Se no necrotério, que é o NE-CRO-TÉRIO ocorreu tudo aquilo, imagine em um hospital cheio - Anthony completou. - Acho que essa foi a coisa mais inteligente que você disse desde o dia que eu te conheci - Katt torceu o lábio. Anthony sorriu, mas queria demonstrar raiva. - Eu sou inteligente, ok?
- A hora do almoço já deu. Vamos, temos trabalho a fazer - Katt levantou-se e saiu do recinto. Anthony e Peter fizeram o mesmo. Saíram sem pagar a conta, achando que talvez, a agencia já tivesse pago tudo, mas nada aconteceu. Tudo bem, a agencia tem capangas em todos os lugares e claro, já tinham pago.
Eles chegaram no Hyde Park. Lindo, verde, brinquedos, pipocas, pipas, cachorros e muitas, muitas pessoas. - Ok, é bem dificil encontrarm um errante no meio das pessoas - Anthony pensou com sarcasmo. - Claro, pessoas correndo e gritando, vai ser bem dificil encontrar um errante por aqui - Anthony se assustou com Peter "completando" seu pensamento. - Acabou o momento de amor? - Katt arqueou a sobrancelha. - Er - os dois falaram juntos. - Ei gente, essa história de zumbi só existe nos gibis de Walking Dead, tá? Se concentrem no trabalho - parecia estar de saco cheio. - Mas, Katherine, esse é o trabalho - Peter disse. - Vou ter que falar de novo pra se concentrar? - agora botou medo mesmo. - Não, mais nenhum piu. Foco, é. - Peter virou-se para as arvores. - Mas que porra é aquela? - Anthony apontou para longe, depois da pequena "montanha" verde, perto do lago. - Parecem duas pessoas - Peter sorriu. - E estão brigando - bateu a mão na testa - Amor é tão idiota! - Se fode, infeliz. Vou lá ver - Anthony disse com firmeza - Ei, ei, ei. Se segura ai cowboy, eu vou primeiro. - Katt tomou frente. Foram até lá o mais rápido que puderam, as pessoas pareciam olhar assustadas, pessoas com aquele tipo de roupa em um parque, era muito suspeito. Quando estavam bem mais perto, puderam ouvir a voz de uma garota, falando com alguém que estava ao chão.
- Ei, Dan. Fale Comigo. Você está bem? - a garota parecia estar chorando - Vamos lá, Dan. - ela suplicava. - O que houve? - Katt se aproximou - Er, ele levou uma mordida de um animal ontem e parece estar se sentindo mal - a garota segurava as mãos dele, a ferida no braço ensanguentava a faixa que estava cobrindo. - Você levou ele ao hospital? - Anthony perguntou . - Claro, mas ele disseram que não ia ter problemas. Passaram uns remédios e enfaixaram. - ela abaixou a cabeça e ficou olhando para o namorado. Katt estava analisando o corpo, os batimentos, a respiração, até o sangue correndo se possível. - Maravilhoso querida. Ele está morrendo. - ela era fria com as pessoas quando se tratava disso. Morreu, morreu o que você pode fazer? A diferença é que "estar morrendo" não significa "morreu". Todo médico deve fazer algo, até o impossível, tudo pra salvar seu paciente. Ele tem que tentar, tentar até conseguir, tentar até não conseguir tentar mais. A garota desabou, e davo socos no peito do namorado e suplicava - Dan, acorda. Por favor Dan, não me deixe - Katherine estava pensando em algo que pudesse fazer, mas de repende um mal cheiro se concentrou no ar. - Que diabos...Merda, que cheiro ruim. - Anthony fez ânsia. Katherine não se incomodou com o mal cheiro e a garota...bem, a garota já estava virada pro lado, se afastou do corpo para vomitar. - Ok, certo. É. Ele não está morrendo. Ele está morto e Puta Merda, a mais de 24 horas. - ambos ficaram perplexos, menos a garota que estava ocupada nos vômitos. Katherine se aproximou mais - Temos que tirá-lo daqui. - Anthony foi até ela, com pouco de nojo e ainda fazia ânsias. Abaixou-se a analisou. - Er, ele está respirando. - Anthony hesitou. - Claro que não está respirando. Ele está morto. Putrefando. - Katherine pareceu se desapontar com o novato. Tirou as luvas pretas do bolso da calça e colocou as mãos no pescoço do rapaz e para sua surpresa, ele abriu os olhos lentamente. Não tinha coloração na menina dos olhos, estava tudo branco. Ela não percebeu tal inquietação. Foi quando o suposto "morto" começou a levantar a cabeça e assim, querendo de levantar. Katherine parecia estar em estado de choque, Anthony também e a garota havia desmaiado. Quando a "coisa" tomou conta de si, percebeu que era um humano lhe segurando. Sua primeira ação, observar. Segunda ação, atacar. Lugar mais próximo? Braço. Ela não havia tirado as mãos do corpo, ponto fraco. O errante abriu a boca com vontade, olhou para o braço, foi se aproximando quando se ouve o barulho de um tiro e o mesmo voltando novamente para o chão. Bem na testa, boa mira e bem pensado. Katherine o tirou de perto dela, Anthony continuava parado. - Por pouco... - Katherine ofegou e guardou a arma, se aproximou se Anthony e o chacoalhou. - Você ia ficar parado me vendo morrer? - Anthony assustou e respondeu - Você, você não ia. Você é boa - olhou para Dan no chão. - O que vamos fazer agora? - olhou para Dan e para a garota caída logo ao lado. - Nada. Ligue para a agencia, eles que vão fazer - tirou as luvas e jogou-as na lixeira mais próxima, desceu e foi saindo do parque. Então, Katherine. Errantes só em Walking Dead, não é?

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Capítulo 13 - What the fuck?

"Katt virou-se para Jess, tomou praticamente todo o copo de café e bravejou" (...)


Katherine acordou às 4, com o barulho inquietante do ringtone do celular. Era Jess, precisava dela imediatamente em uma reunião marcada às pressas. Por sorte, o local era próximo dali.
Ela se levantou da cama, arrumou a coberta, apagou as luzes e saiu dali.
- Bom dia! - Jess foi recepcioná-la com um copo de café desnatado com chantilly en algumas pitadas de canela.
- Mau dia! - Kath segurou o café.
- Nossa, parece que foi atropelada por um trem - olhou-a de cima a baixo.
- É porque alguém atrapalhou meu sono - desdenhou Kat.
- Negócios, querida. Negócios - Jess sorriu e continuou - Por que diabos você estava na Sede? - revirou os olhos.
- Er... estava procurando o Matt e adormeci - Katt sorriu brevemente enquanto Jess parecia perplexa.
- Ok, pois bem. Estamos atrasadas - Jess puxou-a para dentro de uma suposta imobiliária. A recepcionista que lixava as unhas com cuidado não olhou para nenhuma das duas enquanto elas cruzavam o corredor, seguindo até o setor comercial.
Chegaram em um hall. Havia um elevador e a porta do almoxarifado. Sem pensar duas vezes, Jess apertou o botão que indicava descida e logo as portas do elevador se abriram. Empurrou Katt para dentro e apertou quatro números. Só se ouvia a música ambiente e em pensamento Jess vestia Katt, porque ela estava horrenda.
O elevador parou em uma enorme sala com uma mesa no centro, deveriam haver umas trinta cadeiras, mas a sala estava vazia.
- É isso que você chama de atraso? - Katt coçou a nuca e olhou para Jess, que não respondeu nada.
- Estão atrasadas! - Sr. Walker, o diretor da agência adentrou a sala com pessoas suficientes para ocupar quase todos os assentos.
- Sim, é isso que eu chamo de atraso - Jess torceu os lábios, cutucando Katt para seguirem aos seus lugares.
- Convoquei esta reunião, com todos os meus agentes, para ativá-los contra a nova ameaça. Estejam cientes que ao saírem desta sala, a senhora Badgley entregará aos Supervisores os Dossiês e todos estarão automaticamente ativos na nova missão. - deu uma breve pausa e continuou - Desta vez não tolerarei qualquer tipo de erro. Se encontrarem Matthew Richmond, me entregue-o vivo.
Um silêncio mórbido tomou conta da sala, mas quando todos pensaram que o Sr. Walker iria dizer "Estão dispensados" ele continuou
- Ou entregue-o morto.
Alguns agentes ficaram boquiabertos, na verdade todos. Ouve-se um momento de euforia, conversas daqui e dali. Foi quandoo todos se calaram ao ouvir Katherine indagar o chefe. - Senhor Walker, Não há motivo para Richmond  ser morto, ou muito menos caçado. - engoliu seco, mas não estremeceu. Continuou olhando fixamente para o chefe.
- Ele desativou o rastreador. Isso já é motivo demais. - ele se levantou - Estão dispensados.
Todos os agentes continuaram boquiabertos, Katt virou-se para Jess, tomou praticamente todo o copo de café e bravejou - Não sei pra que uma missão pra "sequestrar" o Matt. Eles têm toda a informação necessária. Como se Matt fosse algo que dependesse de uma grande missão como essa. - Jogou o copo no primeiro lugar que viu. Pegou o envelope da mão da Senhora Badgley, sorriu e virou-se para Jess.
- Katt, a missão em si não se trata do Matt, você sabe muito bem. - Jess estranhou.
- Não, não sei. Pra mim isso tá muito estranho. - Katt pensou em ligar para Matt, mas certamente não queria isso, e ele provavelmente não a atenderia.
- Quem é você? E o que fez com Katherine Gottwald? - Jess sacou a arma e apontou para a testa de Katherine.
- Epa, epa. - Katherine hesitou. - Tá lokona ow? Sou eu. Kat. Só não sei do que você está falando. Mesmo. - Não havia levantado os braços, Katt nunca faria isso, em qualquer situação. Ela era rápida, mais rápida que um revólver apontado para sua testa, eu quis dizer. Por isso era a melhor agente e Jess saberia que obviamente ela não levantaria os braços e provavelmente a xingaria e sacaria a arma dela quando ela mesma abaixasse a arma e apontasse pra ela novamente.
- Porra, Jess. Sou eu. Dá pra tirar essa merda da minha cara? - Dessa vez foi Katt que sacou a arma. 
- Ok, já sei que é você. - Jess guardou sua arma e continuou a caminhada.
- Então, você não sabe dos errantes? - ela perguntou.
- Não, que errantes? Que eu saiba eles só existem em histórias em quadrinhos. - arqueou uma das sobrancelhas.
- Porra! Sua memória foi alterada? Ficou presa no subsolo por 24 horas? - Jess indignou-se
- Er, não né. - Katt sorriu.
- Às 2 da manhã, ouve uma confusão danada no necrotério. Ou seja, você é uma legista de merda, porra. - a última frase foi dita rapidamente - Como você não detectou vírus de zumbi? - ofegou.
- Que porra é essa? Não detectei porque zumbis não existem - Katt estava nervosa.
- Tudo bem então. Não esqueça, se ver um, atire na cabeça. - Jess sorriu e caminhou no sentido contrário de Katt.
- Eu assisto The Walking Dead, ok? E zumbis não existem. Não se preocupe - sorriu e acenou para Jess. Virou-se e caminhou até a praia. Um percusso de mais ou menos meia hora só pra atravessar a avenida. Sentou-se no banco mais próximo e digitou o número de Matt. Apertou a tecla verde e esperou. Nada, nenhum sinal de Matt. O que ele estaria planejando? Como assim, se virar contra a agência que praticamente criou ele? O que diabos está acontecendo com você, Matt?
Katt apertou o botão vermelho, guardou o celular no bolso e voltou para casa, sem nem se importart com o dossiê.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Capítulo 12 - Brains, Brains.

Os outros dois pareciam perplexos. - É, zumbis. Nunca assistiram desenhos animados? - pigarreou e balançou a cabeça negativamente. - Mas, aqui eles são bem reais. - sacou a arma e apontou para os corredores. Ouviu algum barulho, mas não era nada. - Mas então, o que a gente faz? - o mais baixo hesitou. - Atire na cabeça, destrua o cérebro e não seja pego. Deveria ter uns trinta zumbis lá dentro da sala de necrópsia. Será que três dariam conta deles todos? Alguns estavam presos dentro das gavetas, mas o resto se levantava das mesas e macas. Parecia uma cena de filme de terror. - Vamos nessa, vamos matar esses nojentos - o homem alto atirou nas proteções da porta, empurrou-a com os pés e adentrou a sala, seguido dos guardas. - Aqui docinho, carne fresca - ele sorriu com malicia e ia atirando na testa de todos os zumbis que estavam por sua vista. Os seguranças tentavam fazer a mesma coisa. Acertavam, claro. Mas a hesitação e o medo estavam em primeiro lugar. Logo a sala estava vazia, corpos pelo chão e um barulho incomodo, eram os zumbis presos nas gavetas. - Agora, muita cautela. Você abre a gaveta e eu atiro. - já se aproximou da primeira gaveta inferior à esquerda. Joseph hesitou e engoliu seco. Colocou as mãos trêmulas no puxador, pensou duas vezes antes de abrir e logo puxou com velocidade. A coisa que estava lá dentro imediatamente se levantou, mas quando ia colocar as mãos nos braços de Joseph ouviu-se um tiro e o zombie voltou à sua posição inicial, porém, com uma bala de uma 9 mm cravada na testa. Isso se repetiu por mais quatorze vezes. Uma vez o zumbi até agarrou o braço de Joseph, mas ele sabia usar a arma. Ué Joseph, perdeu o medo?