sexta-feira, 15 de abril de 2011

Capítulo 24 - If the big plan fail, you try again.

(...) "Alguém falou enquanto segurava seus pulsos e ia colocando a mão em sua boca, tapando-a." (...)

Iniciou-se a prova. Ômega adentrou a sede pelo lado oeste, por onde Katherine e Matt costumavam entrar, por sorte nenhum Zeta  apareceu pro lá.
- Algum movimento por aí? - Katherine falava com Samuel, que estava no telhado.
- Tudo parado - ele respondeu sem preocupação.
- Jess, já encontrou alguém? - mudou rapidamente para outra pessoa
- Não, ninguém pra mim passar a perna - parecia desolada.
- Mais rápido, Anne - bravejou Katherine para a garota que a acompanhava.
- São 3 da manhã, lutei a tarde toda. Estou cansada - ela apareceu depois de alguns segundos.
Katherine, Anne e Lukaz partiram juntos pelo lado oeste. Jess perambulava com Max - quase invisível - pelo norte. Samuel e Amanda estavam no telhado. Lindsay e Angus compartilhavam o lado sul.
Lindsay correu em direção a porta que dizia "escritório". Por um momento ela pensou em voltar, porque estava sem armamento. Ela parou, desligou a lanterna, encostou-se na parede e ficou ali sozinha. Apertou um botão no relógio, haviam se passado quinze minutos desde que perguntara para Lukaz se o caminho era realmente seguro. Uma gota de suor correu por sua testa, descendo até o pescoço e por fim...sendo absorvida pelo tecido do macacão preto, estilo nadador. Dava mais "ênfase" as curvas do corpo - dizia ela.
O pânico fluiu pelo corpo de Jess ao ouvir alguns barulhos. Devem ser ratos, pensou ela. A respiração de Max era dolorosa e ofegante. Como se isso fosse ajudá-lo de alguma forma.
- Não tá ajudando! - Jess sussurrou para ele.
Não tinha olhado nenhuma vez por cima dos ombros. Sua atitude, entretanto, contribuía para que esses barulhos fossem realmente Max. E se não fossem?
Uma figura se aproximou devagar, só sendo vista pelas frestas da luz da lua que conseguiam passar pelas janelas minúsculas e por baixo da porta. A lua estava grande, bonita e brilhosa antes de entrarem lá e obviamente ainda continuava do mesmo jeito. Anne - que ficou para trás - se apavorou. A mochila, que ia de um lado para o outro, estava em um dos ombros dela e era segurada por uma das mãos. Segundos antes da "figura" agarrar a mochila para que ela parasse, Anne se atirou-se à frente para evitar ser pega, mas tropeçou  e caiu. Não enxergava nada. mas tentava se proteger com socos e chutes, e ao mesmo tempo estava com uma das mãos dentro da mochila, na esperança de encontrar a lanterna. Quando pensou em desistir e começar a gritar...
- Anne, fique quieta! - alguém falou enquanto segurava seus pulsos e ia colocando a mão em sua boca, tapando-a. Então ela percebeu que era Matt.
- O que você está fazendo aqui? - ela ofegava surpresa.
- Fugi daquele pessoal da Zeta - ele disse tranquilamente.
- Ah, ok. Agora me diz que é o ator e tudo fica numa boa - por fim havia encontrado a lanterna e acendeu nos olhos de Matt.
- Não... - ele colocou a mão na frente dos olhos - Na verdade sou atirador.
- Não colou, Shakespeare! - ela conseguiu se levantar - Perdi muito tempo aqui, eu deveria estar na... - colocou a mão na boca para não contar a estratégia.
- Na...? - Matt perguntou sorrindo.
- Na próxima porta naquele corredor - apontou para frente, mentindo.
- Certo, então vamos - ele se impolgou.
- Ei, ei. Não existe nós - ela rumou ao corredor.
- Outch! - fechou os olhos simulando dor - Então, existe você aí e eu aqui - ele a seguiu.
- Você sabia que tenho dois atiradores por perto? - ela perguntou.
- Sim, eu sei. E não seria tão difícil acabar com eles - disse calmamente.
- Mas você não faria isso porque você não é o ator, certo? - ela parou, virou-se e colocou as mãos na cintura.
Matt engoliu seco, respirou fundo e disse - Eu sou o atirador. Não faria nada contra ninguém da Ômega, porque é a minha casa - pelo seu tom de voz, parecia sincero.
- Oh, sério? - Anne ficou perplexa. - Então me diga. o que você faz na Zeta? -  ela lançou um olhar de rejeição.
- Consequência pelos meus erros - disse sem jeito.
- Não colou - ela sorriu.
- Eu sei - ele tentou sorrir.
- Ninguém vai te perdoar - comunicou.
- Eu sei. Mas é melhor assim - assentiu.
Os dois seguiram até o fim do corredor, mas não havia saída.
- Você está no lugar errado - Matt arqueou a sobrancelha.
- Eu sei - Anne sorriu maliciosa.

Nenhum comentário: